PT EN DE
PT EN DE
RESERVE ONLINE

A Horta e o seu porto

A cidade da Horta confunde-se com o seu porto. A posição estratégica do arquipélago dos Açores e o carácter excepcionalmente abrigado da baía da Horta tornaram o porto como um dos mais importantes portos da história mundial da navegação à vela. É também a razão porque esta é uma ilha onde muitos povos se cruzaram e cruzam.

Desde o seu povoamento no séc XV, por flamengos e portugueses, até à presença de escravos negros, ingleses, holandeses, americanos e alemães, entre outros, a ilha do Faial é uma babel harmoniosa construída em 6 séculos. Aqui aportavam os navios vindos da Ásia, África e Américas, no seu regresso à Europa. Isto criou uma íntima ligação da Horta com outras partes do mundo, especialmente o Brasil. São desta época os solares e igrejas que ainda povoam a cidade e que resistiram à pirataria e aos terramotos.

Durante os séculos XVI e XVII, o Faial foi alvo da pirataria e do corso, especialmente inglês. A necessidade de proteger a cidade originou a construção de um extenso conjunto de muralhas e fortificações. Nos dias de hoje, pode-se visitar: em Porto Pim, o Forte de S. Sebastião, o Portão do Mar e a Bombardeira; no Monte da Guia, partes da muralha e do Forte da Greta; no centro da cidade, o Forte de Santa Cruz.

A importância do comércio ligado ao abastecimento de navios e reparações navais originou a presença de consulados e de empresas, que trouxeram vários estrangeiros a residir na Horta.
Um dos produtos de exportação mais significativos foi o vinho, o que originou grande interesse na cultura da vinha. Parte dos vinhos estagiava em estufas, onde era fortificado e misturado. Era nas “lojas” térreas das habitações ricas e nos armazéns da Horta que muito deste vinho aguardava. Foi este comércio florescente que orientou o desenvolvimento da produção da vinha, especialmente no Pico. Durante os séculos XVIII e XIX, os vinhos produzidos no Faial, Pico, S. Jorge e Graciosa eram exportados a partir da Horta para todo o mundo. Este vinho foi o preferido na corte dos Czares da Rússia e essa curiosidade mostra quão longe este comércio chegava… Naquela época, o vinho a que hoje chamamos “vinho do Pico” era internacionalmente conhecido como vinho Fayal….
Aconselhamos a visita à Casa dos Dabney, o Museu da Horta e a Paisagem da Cultura da Vinha da ilha do Pico.

A Horta foi durante todo o séc XIX um dos mais importantes portos baleeiros do mundo, com a paragem dos navios baleeiros americanos. Esta realidade deu origem à íntima ligação dos Açorianos com a indústria baleeira na América. Foram estas técnicas de caça que também originaram à caça à baleia costeira que se generalizou no arquipélago e que subsistiu até aos finais do séc XX.
Propomos a visita à fábrica da Baleia em Porto Pim, ao museu de Scrimshaw do Café Peter e a apreciar os elementos da “arquitectura baleeira” entre o casario da cidade.

A Horta acolheu entre 1893 e 1969 diversas companhias de cabos submarinos. Aqui se estabeleceram colónias de ingleses, americanos e alemães. Podemos observar as Casas de Amarração em Porto Pim e, ao longo da Rua Cônsul Dabney, a Trinity House, a Colónia Alemã, e as zonas residenciais americana e inglesa.
Foi na Horta que escalaram as primeiras travessias e rotas aéreas comerciais do Atlântico. Foi o local de amaragem dos hidroaviões da Pan American. Foi o porto de escala dos rebocadores holandeses que davam assistência à navegação do Atlântico Norte. A Horta era um pequeno centro do mundo.
Sugerimos ainda a visita ao Museu da Horta e ao Café Peter.

Durante a II Guerra Mundial, a Horta foi uma base naval dos Aliados. Para protecção do porto e das instalações dos cabos Submarinos dos aviões e submarinos Nazi foi construído um sistema de baterias antiaéreas. Podem ser vistas as posições do Monte da Guia, do Monte Carneiro e da Espalamaca.

Hoje em dia, a face mais visível desta importância para a navegação é a Marina, desde a década de 1960, meca do iatismo oceânico mundial. Vale a pena passear na Marina, onde encontra barcos oriundos de todo o lado e muitos milhares de pinturas alusivas às suas viagens.

Esta atracção da Horta e do Faial é absolutamente única na história dos Açores. Isso originou um ambiente internacional que não existe em mais nenhuma ilha do arquipélago e contribuiu fortemente para uma presença açoriana no mundo, especialmente marcante no Brasil (Pernambuco, Santa Catarina, Rio Grande do Sul), Ilhas do Havai, Nova Inglaterra e Califórnia.

Saiba mais sobre como visitar a Horta